quarta-feira, 21 de maio de 2014

VIK MUNIZ: destaque em Porto Alegre

Tem início nesta semana, no Santander Cultural, em Porto Alegre, “O Tamanho do Mundo”, a primeira exposição solo de Vik Muniz em terras gaúchas.A mostra reúne 70 trabalhos que marcaram a carreira do artista plástico desde a década de 80.

A obra de Vik Muniz, representado pela Galeria Nara Roesler em São Paulo, questiona e tensiona os limites da representação. Apropriando-se de matérias-primas como algodão, açúcar, chocolate, e até lixo, o artista meticulosamente compõe imagens icônicas e lhes repropõe significações. O objeto final de sua produção mais conhecida atualmente é a fotografia, mas sua obra já transitou pelo tridimensional, pelo desenho e até pela escultura.

Para a crítica e curadora Luisa Duarte, “sua obra abriga uma espécie de método que solicita do público um olhar retrospectivo diante do trabalho. Para ‘ler’ uma de suas fotos, é preciso indagar o processo de feitura, os materiais empregados, identificar a imagem, para que possamos, enfim, nos aproximar do seu significado. A obra coloca em jogo uma série de perguntas para o olhar, e é nessa zona de dúvida que construímos nosso entendimento”.

Período: de 21 de maio a 10 de agosto.
Abertos de terça a sábado, das 10h às 19h, e domingos e feriados, das 13h às 19h
Ingresso: Entrada Franca







segunda-feira, 19 de maio de 2014

Na aula de Arte, as crianças desenham o que não existe | Nova Escola

E se as crianças desenhassem algo que não existe, qual seria o resultado? Marisa Szpigel, coordenadora de Arte da Escola da Vila, em São Paulo, propõe uma atividade para estimular a imaginação da turma da EMEB Edson Danilo Dotto, em São Bernardo do Campo, região metropolitana de São Paulo. 


Uma visão iconoclasta das fontes de imagens nos desenhos das crianças

As crianças têm impulsos internos muito enraizados que devem apenas ser estimulados. A criança quando não estragada pelos adultos exprime seu próprio mundo nos trabalhos, sofrem influências externas, fazendo imitações quando desenham. Induzem a produzir imagem de uma arte infantil natural dos 2 a 8 anos. A perda da ingenuidade se dá com aquisições de convenções artísticas, influenciadas por fontes externas. A partir daí as imagens são desenvolvidas, modificações e adotadas.

Para Dade Harris (1963) e Rudolf Arnheim (1974), os desenhos são representações da realidade, réplicas inadequadas da realidade. Os desenhos representariam objetos reais. Brent Wilson acha que não, que desenhos não são representações, mas signos, nuvem=signo natura, desenho nuvem=signo artificial ou configuracional, os naturais precedem os artificiais.

Os modelos proporcionam às crianças produzirem signos visuais. De rabiscos só se chega a símbolos visuais com modelos a seguir. Assim também, os signos verbais são pouco mudados pois são governados por regras (gramática, etc.). Nos signos visuais há menos regras do que nos signos verbais. Ao desenhar, o cérebro registra discrepâncias entre as formas delineadas e a figura recordada.

Exemplos de desenhos produzidos por crianças com idades de 6 a 8 anos.
Pesquisa:
1 - As imagens vieram de uma fonte gráfica pré-existente. Quando desenham adotam a mais vívida e preferida configuração armazenada na memória.
2 - A representação do objeto é feita por meio de pequenas modificações nos programas gerais daqueles objetos. As imagens percebidas, registradas e classificadas são base para as configurações mentais. Mesmo um desenho de objeto novo é feito usando configurações que já estão na mente. Tende a usar "esquemas" já usados para produzir imagem do objeto novo. As aquisições de "configurações iniciais" precisam de instruções específicas sem convenções do desenho. Poucos ousam fazer por medo das influências.
3 - Os indivíduos usam um programa separado para cada objeto representado. Uma criança pode desenhar uma ou duas coisas certo, mas outras ruins ou péssimas pois usam programas mentais distintos, sendo alguns desenvolvidos e outros não. Programas desenvolvidos geram bons desenhos e vice-versa. A posse de uma configuração gráfica é necessária para desenhar objeto. Não se memoriza configuração de cavalo desenhando cão. Se olharmos com atenção, podemos ver uma variedade de programas usados e como usá-los. Se vê um instrumento delicado para entender a natureza do desenvolvimento do desenho.
4 - Alguns indivíduos são capazes de empregar vários programas de desenhos. Combinando, alargando e balançando geram novos programas com flexibilidade. Se não têm programas, não desenham, ou produzem apenas garatujas. A capacidade de visualizar rapidamente é auxiliada por configurações memorizadas e aperfeiçoadas por desenho contínuo. Novas imagens são geradas a partir de imagens precedentes. Aprender a formar e usar signos visuais é análogo a aprender e usar palavras. Imagens usadas pelos jovens não derivam de intuição artística. Prescrevem que uma pedagogia para artes se contraria em ajudar as crianças, principalmente entre 8 ou 9 anos, a adquirir programas para construção de signos visuais.

Perspectiva Auto-Reflexiva

Pontos principais:
- Revisa enfoques e considera análise pós-moderna e enfoque feminista.
- Experiência e subjetividade para compreender e intervir ao meio social.
- Projeto de trabalho em torno de história de coleções.
- Compreensão crítica e performativa para paródia e imitação.
- Prazeres da cultura visual podem ser controvertidos e incômodos.
- Propósitos de não destruir o prazer, mas ver novas e diferentes formas de desfrutar, usando por exemplo paródia e imitação.
- Paródia é modalidade de crítica.
- Imitação para explorar novos posicionamentos ou identidades antes só imaginado.
- Explorar práticas das experiências de subjetividade. A linguagem como ato de identidade.
- A auto-percepção pode ou não coincidir com a percepção que grupos tem a respeito do indivíduo.
- Rede de identidades com jovens se comportando de acordo com a vontade do grupo.
- Como a cultura de socialização das meninas se dá num ambiente em que a "Barbie" é o modelo é necessário analisar a influência disso nos - pensamentos e ações dos jovens.
- As corporações adotam posições persuasivas com a criação de fantasias e sonhos.
- Trabalhar o significado de homem e mulher. Educação em relação à mídia adentra na possibilidade de crítica e performance da cultura visual.
- Posicionamento interativo ocorre quando uma pessoa contribui para as posições do outro. Pode ser reflexivo quando leva a mudar posicionamentos.


Perspectiva da Satisfação

Pontos principais:
- Ênfase nos prazeres.
- Não investe muito em análise e crítica.
- Validam os prazeres e revelam reconstrução ou melhoria.
- O aluno permanece onde está, não evolui.

Aula Experimental sobre Perspectiva da Satisfação


Em grupo, tínhamos que montar uma aula que representasse este tipo de perspectiva. Escolhemos trabalhar com algo que viesse a satisfazer a cada aluna de forma prazerosa e agradável. O tema proposto foi selecionar uma imagem referente a um momento de satisfação pertinente a cada aluna. Pesquisamos no Facebook suas postagens e nos dirigimos a observar através das imagens ali adicionadas nas quais era possível vislumbrar o estado de satisfação capturado pelas objetivas. Imprimimos e revelamos estas imagens. Para expor este trabalho optamos por realizar uma instalação dentro da sala de aula. Condicionamos as mesmas num fio que cruzava o espaço da sala. Ao entrar, as alunas foram surpreendidas pela composição de imagens dependuradas. Conforme iam se identificando, a satisfação e alegria eram visíveis a quem observasse. Esta era a proposta da perspectiva da satisfação.

Para levar a cultura visual à educação

Pontos principais:
- Ampliar e desnormatizar objetos e artefatos para trabalhar em educação das artes visuais.
- Sala de aula como lugar de produção de crítica cultural e de utilização de diferentes formas de produção artística.
- Estudo da Cultura Visual (ECV) e Educação Crítica dos Meios e da Cultura Popular (ECMCP) são forma de Projetos de Trabalho. - Identificar as posições de docentes e outros profissionais que exercem papel cativo na cultura, com ênfase nas representações da cultura popular.

Perspectiva de ensino relacionados à cultura popular:

PERSPECTIVA PROSELITISTA - objetos e representações são más influências. 



PERSPECTIVA ANALÍTICA - professor guia os alunos receptores passivos que podem se converter em espectador ideal não considera o prazer que se possa sentir ao lidar com esta realidade. Enfatiza formação moral. 


TRABALHO REFERENTE À PERSPECTIVA ANALÍTICA 

sábado, 17 de maio de 2014

Desenho por uma criança de 4 anos de idade

 
Desenho: Stéfano
Minha atividade profissional se restringe ao Ensino Fundamental das Séries Finais. Por não trabalhar com crianças pequenas, fiz uma pequena sondagem com meu sobrinho neto, Stéfano, de 4 anos de idade. 

Pedi para que ele fizesse um desenho para me dar de presente e fiquei observando sem fazer interferência. No final, ele comenta ter desenhado ele e o irmãozinho, Vicenzo,  de 1 ano e 2 meses. A diferença entre eles estaria nos cabelos, pois o Stéfano tem cabelos lisos e o Vicenzo, ondulados. 

Ele seria o menino de verde e o Vicenzo de vermelho, e o lugar em que eles estariam é uma caverna.

domingo, 11 de maio de 2014

"Serafina" celebra aniversário recriando quadros clássicos da arte brasileira

Para comemorar seus 6 anos, a Serafina (revista mensal do Grupo Folha) recriou quadros clássicos da arte brasileira. A atriz Mel Lisboa reviveu a tela Figura em Azul, de Tarsila do Amaral. O titã Paulo Miklos assumiu o papel de caipira em quadro de Almeida Júnior. O ator Igor Rickli, estrela do musical Jesus Cristo Superstar, posou como Tiradentes em quadro clássico de Pedro Américo. Já o ator Milhem Cortaz encarnou o mal-encarado personagem do quadro Bananal de Lasar Segall. 

 
Confira tudo isso aqui: Serafina - 6 Anos


Interferencia ou intertextualidade nas obras de arte

Revista GEARTE

Revista do Grupo de Pesquisa em Educação e Arte (GEARTE), do Programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade Federal do Rio Grande do Sul.


Acesse: Revista GEARTE

Contos de Fadas Inclusivos

Contos de Fadas relacionados com a inclusão social - uma forma de mostrar que o estímulo pode levar as crianças a produzirem releituras, incluindo ideias próprias, visões diferenciadas e novos enfoques sobre um estímulo visual usado como provocação para que aconteça a Arte-Educação. 

Matéria do jornal Zero Hora de 2 de maio de 2014 - pág. 24 e 25.

Traços da Violência - Matéria do jornal Zero Hora

As crianças representam através do desenho a realidade em que vivem, é a cultura pertinente ao meio social do seu cotidiano. 

Notícia da Zero Hora, de Porto Alegre do dia 25/04/2014.


Educação Infantil - Fotos da 1ª Série


































Mural das datas de aniversário.

Entrevista - Pedagogia das Imagens

Ao visitar as salas de aula da 1ª Série, aproveitei para conversar com a professora Joseane Camargo. Ela leciona para crianças das séries iniciais, com idade de 5 a 7 anos. P - Você usa imagens no ambiente da sala de aula?
R - Sim.

P - Quais os tipos?
R - Imagens relacionadas aos projetos e trabalhos desenvolvidos, alfabetização, letramento, matemática, etc.

P - Qual o entendimento sobre a importância da imagem na Educação Básica?
R - A imagem é fundamental, pois as crianças ainda não conhecem o código escrito. Fazemos a leitura de figuras, rótulos, etc.

P - Qual a finalidade do uso de imagens?
R - A finalidade é que cada estudante consiga expressar-se, aumentar seu vocabulário, fazer relações.

P - A imagem é utilizada como elemento desafiador para os trabalhos das crianças?
R - Sim. Desafiador, pois faz com que os alunos consigam "ler o mundo", relacionando com a alfabetização.

P - Você costuma fazer questionamento referentes à imagem, buscando outros pontos de vista?
R - Sempre desafiamos os alunos, questionando-os sobre o que sabem a respeito daquela imagem e buscando novas informações, para que o crescimento e desenvolvimento aconteça.

P - Ao selecionar imagens, você avalia se as mesmas fazem ou não parte de campanhas de grandes corporações, como a Globo e a Disney, por exemplo?
R - Ao escolher (selecionar) as figuras (imagens), procuramos não influenciar na opinião dos alunos.

P - Você faz uso de materiais impressos, como pintura, recorte, preenchimento, montagem, vídeos e fotografia?
R - Usamos diversos materiais impressos(riqueza e diversidade). Todos os citados na pergunta.

P - Costuma dar desenhos prontos para as crianças?
R - Em alguns momentos sim, como por exemplo o mascote do colégio, figuras referentes à atividade que será realizada,entre outras. Porém, muitos dos desenhos são feitos segundo a visão das crianças (leitura feita por elas).

P - Já realizou a leitura de imagem com seus alunos? As obras de arte fazem parte do contexto do seu trabalho?
R - Sim. Trabalhamos com autorretrato e releitura de obras de arte. Procuramos trabalhar as diferenças nas obras de estilos, paisagens, etc.

Mostras de Interferência ou Intertextualidade




Interferência - Quadro Vivo

Frida Kahlo

Pedagogia das Imagens

Coleções de imagens preservadas no imaginário são referências para entender o mundo. Acervos visuais são produzidos para idolatrar, consumir, preservar, nomear, ordenar e formular representações pelo ponto de vista dos produtores. Há uma relação entre imagens criadas e o modo como é vista a realidade. Se a representação não se assemelha ao "modelo" do acervo visual não tem valor. Quanto mais representações visuais, maior o repertório visual estético. A visualidade (modo como construímos nosso modo de ver) é formada por diferentes regimes escópicos (modo de ver derivado das interações com diferentes materiais visuais).

Muitos artefatos visuais atuam na Educação Infantil, através das decorações dos espaços. Escolas filtram imagens, enfatizando algumas e excluindo ou silenciando outras. As imagens tem caráter pedagógico (visual). Tem função de educar a visualidade. Um bom exemplo é que a Turma da Mônica dá ideia de criança, de brincadeira de grupo. Assim, Maurício de Souza chega a afirmar: "crianças absorvem ensinamentos, revistas servem como cartilha de cidadania, tentando preservar valores meio esquecidos". As corporações querem propagar ideias. Com isto as imagens produzem os modos de ver das crianças e das professoras.

As imagens tem sentido construído nas interações sociais e culturais realizadas com elas. O sentido emana dos diálogos entre elas e as pessoas, mediados por contextos culturais e históricos. Manguel diz "construímos narrativas por meio de ecos de outras narrativas, sejam imagéticas, sociais, culturais ou textuais". Frente a uma imagem, é comum a criança questionar 'o que quer dizer isto?'. Daí decorre que sempre se tem a ideia de que uma produção quer transmitir algo. Dá a ideia que representação visual cria uma realidade, ensinando comportamentos, valores, concepções de mundo, modo de ser. E também servem para formular novas imagens, sendo cânones estéticos.

A igreja antecipou produções do renascimento, bem como a fotografia, cinema e meios da comunicação de massa formularam modos de expor imagens para criar certas visões do mundo, visando normatizar modos de ver adeptos em torno de suas visões. Desde o período medieval as imagens sacras eram para propagar ensinamentos e aumentar número de devotos. Imagens se destinavam a tornar os seres humanos mais conscientes da dimensão espiritual da vida. Produziam verdades e as visões do mundo espiritual e terreno. A diversidade de formas, através da qual pode ser articulado um discurso, implica intertextualidade. Na perspectiva renascentista, as imagens representam o mundo real dentro do quadro. As produções artísticas instituíam a realidade. Eram documentários do mundo narrando acontecimentos e mostrando a fauna e flora. As representações podem ser tão ou mais reais que os próprios objetos representados. A imagem representa o mundo real dentro do quadro são documentários.

As imagens e documentários produzem verdades e saberes como ensinam a crer que elas representam e definem a realidade. No século XVI, várias são as iniciativas para fixar e reproduzir as imagens até máquina fotográfica e filmadoras. Ao invés das mãos, as máquinas e os agentes químicos. Do realismo passa-se da pintura para o impressionismo. Os vários movimentos (ismos) se afastam da função descritiva ou imitativa que a pintura a óleo teve por três séculos. Mas, com todos os progressos, as imagens para diferentes meios de comunicação continuam produzindo conhecimentos a nossa visualidade (modos de ver).

Nas escolas uma pedagogia da visualidade de várias maneiras, os sistemas de arte de diferentes períodos históricos estão relacionados com a forma de ensinar arte. Principalmente na educação infantil é desenvolvida uma educação através das imagens. Ambientes com produções de obras com objetivo de promover cultura artística. Hoje continua, mas como meio de munir as crianças com conhecimento mais requintado. A imagem é o saber ilustrado. Função além de embelezamento. Proporcionam, criar vínculos e novo espaço e pessoas.

Nas ambiências tem uma forma pedagógica em curso, formando a pedagogia da realidade, processos educativos efetuados para imagens que funcionam como currículo visual. Formulam conhecimentos e saberes e produzem efeitos de sentido. As imagens por presença insistência dão um modelo (Cinderela loura de olhos azuis) incluindo ou excluindo os alunos por semelhança ou diferença. Por outros ponto de vista, há saberes (das diferenças) que não são considerados, sendo diminuídos ou desprezados.

Sem visibilidade de determinadas imagens, os tipos fora dos padrões de beleza e comportamento afastam a possibilidade de entender diferenças de pensar. Acolher imagens de corporações de entretenimento (Disney), mostra falta de posição crítica das escolas em relação ao acervo imagético e reduz o acesso a outros repertórios produzidos em outros contextos culturais. A escola lida com imagens midiáticas apenas na perspectiva da satisfação, enfatizando os prazeres proporcionados às crianças.

Com isso não são enfocados outros modos de reflexão que permitam outras formas de ver o mundo. Há profusão de imagens, mas pobreza de propostas que envolvam a constituição da linguagem gráfico-plástica infantil. O aluno é saturado de imagens mas privado de meios de entendê-las e de produzi-las. O desenho, recorte e pintura ficam engessados por convenções gráficas pobres com destaque ao que vem da mídia (Cinderela, Mônica, etc.).

A forma de ver derivada das imagens midiáticas são de dócil aceitação, adesão e não de questionamento frente ao que vem. Não há espaço para divergir, ser diferente. Tudo é pautado para um olhar consumidor sem fixar detalhes, vasculhar ou questionar. As possibilidades, capacidades das crianças são barradas em nome de um padrão que impõe o ponto de vista em várias circunstâncias e momentos. As produções culturais programaram nosso olhar sobre o mundo definindo e hierarquizando o que seja bom ou mau, feio ou bonito, com o poder de incluir ou excluir imenso. Apesar das imagens serem um dos meios mais persuasivos de comunicação as escolas tem ignorado seu poder social, histórico e cultural.

Palestra com a artista francesa Éliane Chiron

O íntimo, o privado e o público na arte contemporânea, com a artista visual, pesquisadora e professora francesa, Éliane Chiron. A palestra foi promovida pelos cursos de Artes Visuais, Especialização em Poéticas Visuais e Mestrado em Processos e Manifestações Culturais da Instituição.  Foram exibidos e analisados os vídeos As Nadadoras e High Moon

Sobre a artista
Éliane Chiron é artista visual, professora Emérita na Universidade de Paris I, Panthéon-Sorbonne, e autora do livro L’énigme du visible. Desenvolve uma prática artística em estreita articulação com a pesquisa formal/técnica e reflexão teórica. Sua experiência abrange vídeo, fotografia e pintura, e suas pesquisas colocam foco na relação da prática artística com reflexão teórica, numa abordagem poética sobre o processo de criação e as mutações do olhar contemporâneo na cultura digital. 


Fotos da palestra.
Apontamentos sobre a Palestra
- O artista não é a mesma pessoa na sua vida privada, não é o mesmo corpo.
- Na vida privada ela se sente vítima.
- Tem como costume matar seus personagens.
- Ela assume o contraste, ela entende que é possível fazer isso na arte.
- Permite dizer que na arte existe uma premonição e ao mesmo tempo em que estes conflitos vão se manifestar, implodir 3 anos depois, eles são manifestados de maneira camuflada no vídeo.
- Isto quer dizer que, a arte mostra o íntimo escondendo. E, a partir daí, nós podemos generalizar que a arte mostra o que esconde. Daí, nós vamos perceber como o íntimo se difere da vida privada e da vida pública. Ela se refere à obra Cuide bem de você, uma exposição que ela montou na Bienal de Veneza em 2007.
- A artista pede para mais de cem mulheres que, em diferentes posições, respondessem cada uma a sua maneira no lugar dela. Ela expõe estas respostas na maior parte na forma de vídeos e de fotografias. Enquanto mulher ela não soube responder, mas sim como artista.

Projeto Cartão Postal - 7ª Série

Este projeto foi realizado com as turmas de 7ª séries no ano de 2012. Teve como objetivo trabalhar a sustentabilidade e o cuidar do ambiente em todos os sentidos.

A partir deste tema, buscou-se trabalhar a fotografia, onde a temática era retratar o "feio" (o que incomoda) e não o "belo" (que é sempre retratado), dando enfoque às situações incoerentes dentro da cidade de Porto Alegre, como pichações, depredações, o lixo colocado em lugar impróprio, mendigos, etc. A pesquisa de campo foi realizada com a ajuda das famílias, que acompanharam seus filhos nesta investigação.

Com o material em mãos, os alunos produziram os postais no laboratório de informática. Depois, os mesmos foram impressos numa gráfica. Esta atividade foi realizada juntamente com a disciplina de português, pois em todos os cartões, na parte posterior, os alunos escreveram mensagens de conscientização à população porto-alegrense.

A exposição dos trabalhos se deu no momento especial da apresentação do projeto aos pais, em forma de instalação, ocupando o 1º piso do prédio B. No término da apresentação, as famílias podiam levar para casa os postais que estavam dispostos num varal. 


Fotos do evento.

quinta-feira, 8 de maio de 2014

A Importância da Qualificação do Professor

Fotos do Ateliê
Acredito que todo profissional deve buscar a qualificação, assim, pode-se ir ao encontro dos interesses e atender muitas das expectativas dos docentes, cativando-os para o gosto pelas Artes.

Sendo assim, participo semanalmente do Ateliê Livre de Porto Alegre onde me incluo no laboratório de Litogravura. Com isso, posso vivenciar o manuseio de materiais, manter contato com artistas, trocar ideias, formar parcerias, dinamizar os conteúdos oferecidos para meus alunos, além da possibilidade de levá-los para visitação dentro do ateliê.

Não bastando, também volto aos bancos da Universidade, pois a evolução do ensino é muito rápido. Novas ideias, estudos, experimentações, possibilidades, contatos e trocas nos possibilitam fomentar o conhecimento, provocando muitas vezes o desacomodar, pois o conforto muitas vezes se torna perigoso por não permitir a inovação.

Visita à Bienal do Mercosul - 2013


As Mutações do Conceito e da Prática

Destaca um questionamento sobre os padrões globalizantes ou homogêneos para uma mesma nação, salientando que o PCN tem como objetivo uma padronização que é nociva e desrespeita as peculiaridades locais, a cultura onde se está dando a Arte-Educação. Depois aborda a necessidade do professor favorecer o crescimento individual para que o aluno se torne um fruidor da cultura e conhecedor da construção do seu próprio povo da sua própria nação. Também existe a necessidade da educação continuada dos professores mas, não aborda a questão do ponto de vista dos gestores ou seja, aqueles que definem as linhas que dizem o que fazer, onde fazer, não estão enfocados ficando apenas em uma parte dos integrantes do processo que são os professores e os alunos. Enfatiza ainda a importante missão da nova Arte-Educação, que é favorecer o conhecimento 'nas' e 'sobre' as artes visuais, de forma que o produto esteja apto a produzir uma imagem e também ser capaz de ler e entender seu contexto.

Volta a abordar a questão da homogeneização pretendida pelos PCN's e agravada pelos PCN's mastigados ditos pela autora que são os parâmetros em ação, ou seja, além de ditar o que é o conteúdo ainda determina as imagens a serem lidas e absurdamente quanto tempo deve-se discutir cada uma. Uma maneira de passar receita para a Arte-Educação, o que é inconcebível e contraditório com a necessidade intrínseca da arte de fomentar a criatividade e observar as realidades e pluralidade dos atores envolvidos.

Quanto às mudanças no ensino da arte, inicia por enfatizar a necessidade de compromisso com a cultura e a história e que diz que o slogan modernista de que todos sejam artistas é uma utopia, enfatizando que todos podem compreender e usufruir arte, que é bem diferente de ser artista. Aborda a questão da aprendizagem da arte quando seja mais adequado se falar de vivência da arte de forma mais integral e usando uma abordagem que aguce os sentidos e transmita os significados que não podem ser feitos por nem um outro tipo de linguagem tal como a discursiva ou a científica se não pelas linguagens visuais.

Outro ponto importante é a utilidade da arte que visa desenvolver a percepção e a imaginação, aprender a realidade do meio ambiente e desenvolver a capacidade crítica. Desta forma, uma das maneiras da Arte-Educação atual é desconstruir para reconstruir, selecionar, reelaborar e do conhecido modificá-lo de acordo com o contexto e as necessidades, num processo recriador desenvolvido pelo fazer e ver arte. Também é importante questionar a tendência de associar o ensino da arte com a cultura visual nesta abordagem, mais importante é proporcionar vivências na Arte-Educação aos alunos do que impor uma forma de ver, de sentir e de criticar, oportunizando a criatividade. Aborda também, a visão da autora de que mais do que multicultural ou pluricultural, a Arte-Educação tem que ser intercultural, ou seja, proporcionar integração entre as diferentes culturas de maneira que a nova arte possa pegar elementos de várias culturas para produzir uma nova obra. Tem que haver o respeito à cultura local, questionando o eruditismo, no qual são destacados apenas os grandes artistas e a cultura predominante renegando as classes menos favorecidas. 

A arte também é um elemento que possibilita a mobilidade social dentro do povo, na medida em que o povo pode inter-relacionar várias culturas e proporcionar ascensão entre os que estão sendo objetos da Arte-Educação. Questiona-se por fim, as discussões acerca da denominação a começar por Arte-Educação, Educação Artística, Ensino da Arte, Ensino Aprendizagem da Arte, Artes Plásticas, Artes Visuais, onde cada um enfoca um conceito e uma importância de acordo com aquele que propõe a nova denominação, enfatizando que em sua visão a Arte-Educação é a mais adequada porque é mais abrangente. Destaca-se também a importância de se analisar como ensinar a aprender de forma que o aluno não receba as receitas prontas, mas fique instrumentalizado para buscar e continuar a aprendizagem além do momento em que convive em sala de aula.

Alunos Protagonistas



Alunos dos 6ºs anos sendo protagonistas - compartilhando conhecimento com as turmas das primeiras séries.

Trabalhos de releitura sobre a obra de Ivan Cruz


Alguns dos trabalhos realizados pelos alunos durante o Projeto "Brinquedos e Brincadeiras"

Projeto "Brinquedos e Brincadeiras"

No ano de 2013, foi executado o Projeto Brinquedos e Brincadeiras, que resgata as brincadeiras antigas com o objetivo de reviver, elaborar e realizar jogos, promovendo a socialização e a interação entre as crianças, suas famílias e a comunidade local, e incentivando a cooperação, o respeito e a valorização da cultura preservada na memória através dos tempos.

Estratégias:
- realizar uma conversa prévia sobre quais brincadeiras as crianças costumam brincar
- observar e refletir as pinturas de Ivan Cruz, sobre brincadeiras infantis
- pesquisar com seus familiares quais eles mais gostavam
- relembrar e registrar as brincadeiras
- confecção de um brinquedo com material reciclado
- realizar uma exposição para a escola promovendo oficinas das brincadeiras antigas e atuais para as 1ª séries da Educação Infantil 

Os alunos então conheceram o pintor brasileiro Ivan Cruz, que tanto retratou as brincadeiras de sua época em suas obras.

quarta-feira, 7 de maio de 2014

Arte como cultura e expressão

Na arte não só tem valor as expressões oriundas dos colonizadores, mas também dos colonizados. Os colonizados tendem a apreciar pela visão dos colonizadores e pela cultura dos colonizadores mas, não só a arte advinda dos colonizadores possuem expressão e valor de forma que se tenha aí o que se denomina interculturalidade, ou seja, as expressões de diferentes fontes vão se intercambiando e mantendo uma relação entre si, mudando a forma e os valores culturais pela introdução de novas ideias.

Alguns chamam de multiculturalismo, pluriculturalismo, mas o interessante é que seja intercultural, ou seja, uns influenciando os outros, daí que não se pode conceber uma ideia única de supremacia de determinadas culturas mas, de maior ou menor desenvolvimento quando elas se relacionam com outros valores da educação, sobretudo onde se tem disciplinas que são aproveitadas e usadas no expressar cultural.

Também é importante que se veja o valor do outro não dando um excessivo valor para aquilo que denomina de superior e nem relegando a um segundo plano o que seja de um menor valor cultural, por não estar tão desenvolvido. Daí que a arte representa um papel fundamental, pois a representação simbólica dos traços espirituais, materiais, intelectuais e emocionais caracterizam a sociedade ou grupo social, seu modo de vida e o sistema de valores, tradições e crenças.

Temos também outros tipos de linguagens, não só a linguagem visual, mas a discursiva ou a linguagem escrita e científica, embora estas sozinhas não tenham a capacidade de expressar todas as diferentes nuances culturais.

A arte visual tem a imagem como matéria-prima, podendo fazer com que se veja o que é, onde se está e como se sente num determinado meio. Aí surge a Arte-Educação, como um importante ponto cultural e instrumento para a identificação e desenvolvimento de um determinado grupo ou povo. Nela também se pode desenvolver a percepçã, a imaginação, além de relacionar o meio ambiente, desenvolver a capacidade crítica e permitir a análise da realidade e a maneira de mudá-la.

Um ponto importante é que se verifica uma falta de preparação do professores de arte, algumas vezes fazendo confusão entre improvisação e criatividade. Nas artes visuais, estar apto a produzir uma imagem e ser capaz de ler uma imagem são habilidades inter-relacionadas e que precisam ser entendidas por quem está encarregado do ensino.

Também a educação deveria prestar atenção no discurso visual. A gramática visual complementa a gramática da palavra e permite melhorar a qualidade e a forma com que se compreende e avalia os tipos de imagens. O currículo deve integrar as atividades artísticas com a história e análise dos trabalhos artísticos, de forma a permitir satisfazer necessidades e interesses das crianças, ao mesmo tempo respeitando os conceitos da disciplina a ser aprendida, valores, estruturas e a contribuição para cultura.

Com isso se terá um desenvolvimento na arte de ensinar a arte. Educar os sentidos para apreciar e avaliar a qualidade das imagens é uma ampliação da livre expressão que possibilita o desenvolvimento continuado depois de deixar a escola, não se tornando apenas meros espectadores mas até mesmo produtores de arte. Sendo assim, a forma com que passaram pela escola ocasionará uma diferente maneira de apreciar, agir, criticar e até mesmo produzir arte.

Outra função da Arte-Educação é mediar a arte e o público. Nesse sentido os museus e centros culturais não mais podem ser vistos apenas como um repositório ou um depósito de obras, mas como um espaço importante em que não só esteja disponível a arte produzida, mas que também forneça informações adicionais que possibilitem uma melhor compreensão e uma melhor apreciação daquilo com o qual o aluno esteja mantendo contato. Estes lugares são pontos para uma educação concreta na Arte-Educação, onde a herança cultural pertence a todos e não somente a uma determinada classe ou grupo privilegiado.

Ainda tem o ponto onde a interpretação da arte e a informação histórica são inseparáveis, pois o momento em que uma obra é produzida está influenciando na forma com que ela é feita, nos propósitos para a qual foi produzida e na mensagem que está sendo passada pelo produtor. Por último, a arte tem um efeito emocional e afetivo desde que ela interfira no interior e na vida emocional não por acaso, mas como uma decorrência desta outra forma de ser ensinada e usada como um importante conteúdo escolar para o desenvolvimento amplo do aluno que esteja sendo alvo da Arte-Educação.

Pedagogia Progressista

Libertadora

- Consciência da realidade em que vivem na busca na transformação social
- Temas Geradores
- Grupos de discussão
- Professor/Aluno - a relação é de igual para igual
- Resolução da situação problema

Libertária

- Transformar a personalidade num sentido libertário e de auto-gestão
- As matérias são colocadas mas não exigidas
- Vivência grupal na forma de auto-gestão
- Professor/Aluno - o professor é orientador e os alunos livres
- Aprendizagem informal, via grupo

Crítico-Social dos Conteúdos

- Difusão dos conteúdos incorporados pela humanidade frente à realidade social
– Relação direta da experiência do aluno confrontada com o saber sistematizado
- Professor/Aluno - o aluno como participante e o professor como mediador entre o saber e o aluno
– Baseados nas estruturas cognitivas já estruturados nos alunos

Pedagogia Liberal

A pedagogia liberal tem como fundamento a preparação do indivíduo para a sociedade, porém com uma visão restrita sobre as diferenças de classe.

Pedagogia Liberal Tradicional
O professor é o centro do processo de ensino-aprendizagem, exerce autoridade na relação com o aluno. Como consequência, a aprendizagem é receptiva e mecânica. O aluno é considerado um ser passivo.

Renovadora Progressista
Prepara o aluno para a sociedade. A atividade é centrada no aluno (não mais no professor, como na tradicional) e valoriza a pesquisa e o experimento, apoiando os interesses do aluno e proporcionando uma auto-aprendizagem.

Renovadora Não-Diretiva
Se preocupa mais com as questões psicológicas do que com as pedagógicas ou sociais. O ensino é centrado no aluno e o professor um facilitador da aprendizagem.

Tecnicista
Tem a função de treinar para modelar o comportamento humano visando o meio produtivo. O professor deve agir de maneira organizada, transmitindo e reproduzindo o conhecimento. O aluno não é participativo e segue rigorosamente os manuais para se tornar competente na sociedade.

As Tendências Pedagógicas e o Ensino-Aprendizagem da Arte

O professor necessita conhecer as tendências que influenciaram o ensino e a aprendizagem da arte ao longo da história, para assim entender a situação da arte-educação no contexto atual.

Barbosa (1989, p.14) afirma que a busca de propostas contemporâneas para tratar de questões relacionados com a arte-educação é fundamental para uma ação transformadora.

Ao analisar as tendências pedagógicas teremos condição de escolher qual a prática mais adequada para este novo milênio. Com o passar das décadas ainda é possível observar a mescla entre as tendências nas escolas brasileiras. A influência se encontra nas tradicionais escolanovista e tecnicista.

Na década de 1980, em Santa Catarina, os professores participaram de cursos de atualização e iniciou-se uma série de estudos que culminaram em 1986, com o documento da Proposta Curricular do Estado, que tendo como base o estudo das correntes pedagógicas, visava dar condições de elaborar seus próprios projetos político-pedagógicos.

Em 1996, foi realizada uma revisão da proposta curricular de 1986. A caminhada foi considerada produtiva e conscientizadora para os professores e desencadeou um senso crítico, levando-os a se perceberem como sujeitos ativos na transformação da sociedade.

São três as tendências: educação como redenção (se traduz pelas pedagogias liberais), educação como reprodução e educação como transformadora da sociedade (pelas pedagogias progressistas).

Assim sendo, temos duas derivantes: a conservadora e a progressista.

Pedagogia Liberal
- Tradicional
- Renovadora progressista
- Renovadora não-diretiva
- Tecnicista

Pedagogia Progressista
- Libertadora
- Libertária
- Crítico-social dos conteúdos

Os Caminhos do Ensino de Artes no Brasil

A arte está presente na vida do homem desde o período da pré-história, quando ele já se pintava nas paredes das cavernas e assim ele fazia sua arte.

A metodologia do ensino de artes no Brasil ainda passa por mudanças e sofre influências educacionais, culturais, econômicas e históricas. Segundo Ana Mae Barbosa, o ensino superior surge com a Academia Imperial de Belas Artes, em 1826, quando se acreditava que um avanço dos níveis inferiores de ensino dependeria do êxito do superior. O objetivo era manter o estilo neoclássico e a conservação do poder. A arte brasileira prestou-se a serviço da monarquia e burguesia, gerando um distanciamento do povo. Isso influi até hoje, vendo-a como algo supérfluo, fútil, servindo apenas a quem tem poder aquisitivo.

O século XIX privilegia a imitação, eliminando as obras de arte das salas de aula. Só era permitido a do aluno, sugerindo a livre expressão, acreditando-se que a inspiração deveria vir do interior, e não por fatores externos. O ensino de artes tinha embasamento na pedagogia tradicional relacionado com o progresso industrial.

Entre 1890 e 1920 o principal objetivo da arte na educação deveria ser o desenvolvimento o impulso criativo. Em 1900 foi incluído o desenho no currículo. No ano de 1922, a livre expressão teve seu ponto marcante em consequência da Semana da Arte Moderna, quando Mário de Andrade argumentava que do desenho havia nascido a escrita. A proposição do tema é visto por especialistas como mero estímulo-resposta, criando uma pressão sobre a criança a fim de enfatizar o fato de que um desenho ou pintura tem um tema, que descreve alguma coisa da vida.

Durante a ditadura militar (1964-1983) foi feito um acordo entre o MEC-Usaid, contratando assessores norte-americanos para gerar mudanças no nível educacional no ensino primário, secundário e superior. Foi promulgada a Lei de Diretrizes e Bases 5692/71, ampliando o ensino de quatro para oito anos.

Na década de 1960, Ana Mae Barbosa desenvolve uma abordagem no ensino de artes - A Proposta Triangular, que consiste no conhecimento da cultura visual e na concretização da alfabetização artística. O próximo passo do MEC foi a criação dos Parâmetros Curriculares Nacionais, impondo um projeto curricular nacional sob os ditames políticos e econômicos da atual etapa do processo de globalização. A arte passa a ser área de conhecimento.

"Os PCNs em Ação encerraram um possível diálogo e se impuseram" - Barbosa, 2001

Cabe ao professor tornar a arte um meio de promover o desenvolvimento individual e social do educando como leitor e agente da própria cultura não de forma passiva. Ana Mae afirma que "não se alfabetiza fazendo apenas as crianças juntarem as letras, elas podem vir a se alfabetizar também na imagem". Existe a necessidade da gramática visual que alfabetiza para leitura de imagem.

Jean Claude Forquim atribui ao ensino de artes três objetivos:
- Consciência exigente e ativa em relação ao panorama.
- Criar
- Combater o espontaneísmo e o voluntarismo.

Através da alfabetização artística pode-se proporcionar formas diferentes de leitura de mundo. Não tem sentido a produção artística se não tiver leitores que compreendam a arte. Cabe a escola formar estes leitores.

Sobre o Blog

O objetivo deste blog é mostrar a importância que a arte tem na vida da criança e as contribuições do educador neste processo. 

A educação através da arte constitui um importante meio para o desenvolvimento da criança, o acesso a essa leitura permite grandes descobertas. Dessa maneira, a criança se apropria de diversas linguagens, adquirindo uma sensibilidade e capacidade de lidar com formas, cores, imagens, gestos, fala e sons e outras expressões. O contato com a obra se dá pela mediação de um educador sensível, capaz de criar situações em que possa ampliar a leitura e compreensão da criança sobre seu mundo e sua cultura. 

Tendo como objetivo aproximar a arte do universo infantil, a criança passa a CONHECER arte ao mesmo tempo em que FAZ arte.