A arte está presente na vida do homem desde o período da pré-história, quando ele já se pintava nas paredes das cavernas e assim ele fazia sua arte.
A metodologia do ensino de artes no Brasil ainda passa por mudanças e sofre influências educacionais, culturais, econômicas e históricas. Segundo Ana Mae Barbosa, o ensino superior surge com a Academia Imperial de Belas Artes, em 1826, quando se acreditava que um avanço dos níveis inferiores de ensino dependeria do êxito do superior. O objetivo era manter o estilo neoclássico e a conservação do poder. A arte brasileira prestou-se a serviço da monarquia e burguesia, gerando um distanciamento do povo. Isso influi até hoje, vendo-a como algo supérfluo, fútil, servindo apenas a quem tem poder aquisitivo.
O século XIX privilegia a imitação, eliminando as obras de arte das salas de aula. Só era permitido a do aluno, sugerindo a livre expressão, acreditando-se que a inspiração deveria vir do interior, e não por fatores externos. O ensino de artes tinha embasamento na pedagogia tradicional relacionado com o progresso industrial.
Entre 1890 e 1920 o principal objetivo da arte na educação deveria ser o desenvolvimento o impulso criativo. Em 1900 foi incluído o desenho no currículo. No ano de 1922, a livre expressão teve seu ponto marcante em consequência da Semana da Arte Moderna, quando Mário de Andrade argumentava que do desenho havia nascido a escrita. A proposição do tema é visto por especialistas como mero estímulo-resposta, criando uma pressão sobre a criança a fim de enfatizar o fato de que um desenho ou pintura tem um tema, que descreve alguma coisa da vida.
Durante a ditadura militar (1964-1983) foi feito um acordo entre o MEC-Usaid, contratando assessores norte-americanos para gerar mudanças no nível educacional no ensino primário, secundário e superior. Foi promulgada a Lei de Diretrizes e Bases 5692/71, ampliando o ensino de quatro para oito anos.
Na década de 1960, Ana Mae Barbosa desenvolve uma abordagem no ensino de artes - A Proposta Triangular, que consiste no conhecimento da cultura visual e na concretização da alfabetização artística. O próximo passo do MEC foi a criação dos Parâmetros Curriculares Nacionais, impondo um projeto curricular nacional sob os ditames políticos e econômicos da atual etapa do processo de globalização. A arte passa a ser área de conhecimento.
"Os PCNs em Ação encerraram um possível diálogo e se impuseram" - Barbosa, 2001
Cabe ao professor tornar a arte um meio de promover o desenvolvimento individual e social do educando como leitor e agente da própria cultura não de forma passiva. Ana Mae afirma que "não se alfabetiza fazendo apenas as crianças juntarem as letras, elas podem vir a se alfabetizar também na imagem". Existe a necessidade da gramática visual que alfabetiza para leitura de imagem.
Jean Claude Forquim atribui ao ensino de artes três objetivos:
- Consciência exigente e ativa em relação ao panorama.
- Criar
- Combater o espontaneísmo e o voluntarismo.
Através da alfabetização artística pode-se proporcionar formas diferentes de leitura de mundo. Não tem sentido a produção artística se não tiver leitores que compreendam a arte. Cabe a escola formar estes leitores.
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