quinta-feira, 8 de maio de 2014

As Mutações do Conceito e da Prática

Destaca um questionamento sobre os padrões globalizantes ou homogêneos para uma mesma nação, salientando que o PCN tem como objetivo uma padronização que é nociva e desrespeita as peculiaridades locais, a cultura onde se está dando a Arte-Educação. Depois aborda a necessidade do professor favorecer o crescimento individual para que o aluno se torne um fruidor da cultura e conhecedor da construção do seu próprio povo da sua própria nação. Também existe a necessidade da educação continuada dos professores mas, não aborda a questão do ponto de vista dos gestores ou seja, aqueles que definem as linhas que dizem o que fazer, onde fazer, não estão enfocados ficando apenas em uma parte dos integrantes do processo que são os professores e os alunos. Enfatiza ainda a importante missão da nova Arte-Educação, que é favorecer o conhecimento 'nas' e 'sobre' as artes visuais, de forma que o produto esteja apto a produzir uma imagem e também ser capaz de ler e entender seu contexto.

Volta a abordar a questão da homogeneização pretendida pelos PCN's e agravada pelos PCN's mastigados ditos pela autora que são os parâmetros em ação, ou seja, além de ditar o que é o conteúdo ainda determina as imagens a serem lidas e absurdamente quanto tempo deve-se discutir cada uma. Uma maneira de passar receita para a Arte-Educação, o que é inconcebível e contraditório com a necessidade intrínseca da arte de fomentar a criatividade e observar as realidades e pluralidade dos atores envolvidos.

Quanto às mudanças no ensino da arte, inicia por enfatizar a necessidade de compromisso com a cultura e a história e que diz que o slogan modernista de que todos sejam artistas é uma utopia, enfatizando que todos podem compreender e usufruir arte, que é bem diferente de ser artista. Aborda a questão da aprendizagem da arte quando seja mais adequado se falar de vivência da arte de forma mais integral e usando uma abordagem que aguce os sentidos e transmita os significados que não podem ser feitos por nem um outro tipo de linguagem tal como a discursiva ou a científica se não pelas linguagens visuais.

Outro ponto importante é a utilidade da arte que visa desenvolver a percepção e a imaginação, aprender a realidade do meio ambiente e desenvolver a capacidade crítica. Desta forma, uma das maneiras da Arte-Educação atual é desconstruir para reconstruir, selecionar, reelaborar e do conhecido modificá-lo de acordo com o contexto e as necessidades, num processo recriador desenvolvido pelo fazer e ver arte. Também é importante questionar a tendência de associar o ensino da arte com a cultura visual nesta abordagem, mais importante é proporcionar vivências na Arte-Educação aos alunos do que impor uma forma de ver, de sentir e de criticar, oportunizando a criatividade. Aborda também, a visão da autora de que mais do que multicultural ou pluricultural, a Arte-Educação tem que ser intercultural, ou seja, proporcionar integração entre as diferentes culturas de maneira que a nova arte possa pegar elementos de várias culturas para produzir uma nova obra. Tem que haver o respeito à cultura local, questionando o eruditismo, no qual são destacados apenas os grandes artistas e a cultura predominante renegando as classes menos favorecidas. 

A arte também é um elemento que possibilita a mobilidade social dentro do povo, na medida em que o povo pode inter-relacionar várias culturas e proporcionar ascensão entre os que estão sendo objetos da Arte-Educação. Questiona-se por fim, as discussões acerca da denominação a começar por Arte-Educação, Educação Artística, Ensino da Arte, Ensino Aprendizagem da Arte, Artes Plásticas, Artes Visuais, onde cada um enfoca um conceito e uma importância de acordo com aquele que propõe a nova denominação, enfatizando que em sua visão a Arte-Educação é a mais adequada porque é mais abrangente. Destaca-se também a importância de se analisar como ensinar a aprender de forma que o aluno não receba as receitas prontas, mas fique instrumentalizado para buscar e continuar a aprendizagem além do momento em que convive em sala de aula.

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